Estive Lá – Patagônia Argentina e Chilena: Ushuaia e Torres del Paine

novembro 23, 2012 in Estive Lá, Todos os Posts

Por Claudine Blanco.

Neste relato vou apresentar para vocês um dos lugares mais lindos que já estive em minha vida: a Patagônia!

Meu roteiro começa por Ushuaia, na Argentina, cidade considerada a mais austral do planeta e, por muitos, apelidada de “fim do mundo”. Ela é uma cidade encantadora, localizada à beira do canal de Beagle, com paisagens deslumbrantes ao seu redor, nas montanhas, lagos e bosques que a cercam, tornando-a cheia de atrativos para quem a visita tanto no verão quanto no inverno.

A temporada de verão começa a partir de novembro, quando inicia também a temporada de cruzeiros, tanto os que fazem a ligação entre a Patagônia argentina e a chilena, quanto os que partem de Ushuaia e vão até a Antártica. Por conta de tais cruzeiros, entre os meses de dezembro e fevereiro, o porto de Ushuaia fica bem movimentado.

A cidade oferece uma vasta opção de hotéis, restaurantes e lojas.

Dentre os principais atrativos está a navegação pelo canal de Beagle, de onde se pode avistar o Farol do Fim do Mundo, diversas aves marinhas e a ilha das focas.

Vale também uma vista ao Parque Nacional Terra do Fogo, que fica a 12 km da cidade, onde se pode fazer um passeio de trem pelas montanhas.

O melhor passeio, em minha opinião, é o off road em 4×4 para o Lago Fagnano. É uma aventura fazer um rally pelas trilhas, passando pelo diques que os castores constroem,  até chegar ao lago. São vários quilômetros de pura adrenalina, passando por obstáculos que muitas vezes desacreditamos que iríamos conseguir.

Mas, deu certo, e lá chegamos para ser recepcionados por uma belíssima paisagem, à beira do lago, com uma mesa de petiscos e vinhos – o que por si só já seria maravilhoso, mas ganhou uma atmosfera ainda mais encantadora ao sermos afortunados pela presença da lua cheia.

 No inverno, Ushuaia ganha ainda mais um atrativo: o Cerro Castor, um dos mais modernos centros de ski da America do Sul, que agrada não só aos esquiadores, como também quem gosta de outras atividades, como patinação no gelo, passeio de trenó com cachorros e passeio pelos bosques com moto de neve. O melhor dessa estação de ski é que a temporada dela é mais extensa. Enquanto as outras estações do Chile e da Argentina encerraram suas atividades no máximo até o fim de agosto, a de Ushuaia normalmente permanece aberta até outubro, pois lá as temperaturas são mais rigorosas e a neve, consequentemente, dura mais.

Dependendo da época que se vai à Ushuaia, também vale a pena fazer uma visita à ilha dos pinguins, que fica próxima da cidade. É divertidíssimo ver eles bem de pertinho! Outra opção bem diferente é fazer um passeio de helicóptero sobrevoando a cidade e as montanhas. O visual é de tirar o fôlego!

De final outubro a final de março, é a temporada de cruzeiro pela Patagônia. A companhia de cruzeiro Australis, tem dois navios, o Estella Australis, que é o mais novo da frota, construído em 2010, tem 100 cabines e o Via Australis, que é um pouco menor, 64 cabines, e foi construído em 2005. Ambos fazem a rota Ushuaia- Punta Arenas entre 03 e 07 noites, dependendo da saída.

Nessa viagem, embarcamos em Ushuaia, no Stella Australis e seguimos em direção à Punta Arenas, no Chile. Foram três dias de navegação pela Patagônia: passamos pelo Cabo de Hornos e pela Baía Wulaia, caminhamos até os Glaciares Piloto e Nema e descemos na Isla Magdalena, onde encontramos uma colônia de pinguins, que nessa época do ano (outubro) começa a chegar na região para montar seus ninhos e fazer o acasalamento. Eles permanecem lá até fevereiro.

O mais interessante nesses pinguins é que todos os anos eles se separam e se reencontram no mesmo lugar e, como são monogâmicos, se reconhecem pelo som do grito do macho. Então, quando estamos na ilha, escutamos uma barulhada deles, o que só torna a visita ainda mais divertida.

Cruzeiro Australis – Patagônia

Desembarcamos em Punta Arenas, já no Chile, e de lá seguimos pela estrada direto até o Parque Nacional Torres Del Paine. São quase 5 horas de viagem se fizermos isso direto, mas também existe a opção de no trajeto pernoitar em Puerto Natales – cidade super charmosa, com várias opções de hotéis e restaurantes –, ideal para quem vai visitar a região do parque, mas não faz questão de ficar hospedado dentro dele.

Nosso destino era o Explora Patagonia – Hotel Salto Chico, referencia de hotel de luxo em meio a natureza. Já na entrada do parque Torres del Paine, faltam palavras para descrever a beleza da paisagem. A vista das torres, chamadas pelos chilenos de “Los Cuernos”, é espetacular!

Torres del Paine, Patagônia, Chile

Explora Patagônia: Hotel Salto Chico (esq.) e vista do Apartamento Cordillera Paine, no mesmo hotel (dir.)

A Paisagem em volta do Hotel Explora então nem se fala, é tão deslumbrante, que a vista da janela do meu quarto, parecia uma pintura. O Hotel Explora é realmente surpreendente, desde de a construção e arquitetura, feita de modo a ficar integrada a paisagem, a qualidade do serviço, simpatia no atendimento e conforto dos apartamentos (sem contar a vista, é claro).A gastronomia então é um capitulo a parte!

Seus guias especializados, nos ajudaram a escolher quais passeios faríamos nos dias que ficaríamos aqui. Optamos por fazer algumas caminhadas pelo parque, já que ninguém do grupo queria se arriscar com os cavalos. São tantas opções, que foi difícil escolher, mas optamos por fazer duas trilhas. A primeira foi a de dia inteiro até o Glaciar Grey, um trajeto de 12 km, feito em torno de 6 horas de caminhada. Parece muito, mas, a caminhada é leve e com calma todos chegamos lá. E, diga-se de passagem, que com o visual do lugar, você encontraria forças até para caminhar o dobro. É lindo! Simplesmente lindo!

Além do mais, durante o percurso fazemos várias paradas para descanso e também para fazer um lanche de trilha, que ajuda a recarregar as forças.

O cansaço mal é percebido frente à sensação de liberdade… De prazer em viver a vida e poder contemplar a natureza perfeita!

No dia seguinte optamos por uma trilha mais leve – mas também com um super visual –, até o Lago Sarmiento, transparente com suas formações de cálcio.

De lá partimos para um almoço especial em um refúgio no meio do Parque, e, para fechar  o dia com chave de ouro, só podíamos ser recebidos pelo famoso churrasco de cordeiro patagônico. Sem contar que a vista do Refúgio dava direto para as Torres! Que visual!

Foi duro me despedir desse lugar! Fiquei realmente impressionada com sua beleza.

E, de presente, na saída do parque, olha só que nascer do Sol:

Quero registrar aqui também que, além de ter achado esses um dos lugares mais lindos que já visitei, estar em companhia de pessoas tão especiais, fez dessa viagem um dos momentos mais fantásticos da minha vida.  Peter, Marta, Elisa, André e Denise: bom demais viver a vida por aí com vocês! Ainda bem que em breve tem mais.