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JUNHO: Inti Raymi, a festa do Sol no Peru

abril 13, 2012 in Quando Viajar, Todos os Posts

O Inti Raymi, Festa do Sol, era a celebração mais importante do império inca. Acontecia na data do solstício de inverno no hemisfério sul, como uma forma de agradecer pelas boas colheitas e homenagear o deus Sol. Nos dias de hoje, é feita uma representação desta majestosa festa nas ruínas de Sacsayhuamán, a 3 km de Cusco.

Na época dos incas, esta cerimônia se realizava na praça Aucaypata, hoje, Plaza de Armas de Cuzco, sendo assistida pela totalidade da população da cidade (talvez umas 100 mil pessoas). No dia 24 de junho (solstício de inverno no hemisfério sul), quando a Terra se encontra no ponto de sua órbita mais distante do Sol, começava o ano novo incaico, evento associado ao próprio surgimento da etnia inca.

Neste dia, o soberano e seus parentes esperavam descalços na praça pelo surgimento do Sol. Colocando-se de cócoras, com os braços abertos e jogando beijos para o ar, recebiam o astro-rei. Então o inca, com dois vasos de ouro, brindava com chicha: do vaso da esquerda bebiam os parentes do soberano, e o vaso da direita era derramado em uma jarra de ouro.

Depois, todos iam ao Corincancha (ou Qorikancha, o “Templo do Sol”) e adoravam o Sol. Os curacas entregavam as oferendas que haviam trazido de suas terras e logo o cortejo voltava à praça, onde se realizava grande sacrifício de animais ante o fogo novo que se acendia utilizando como espelho o bracelete de ouro do sumo sacerdote. A carne dos animais era repartida entre todos os presentes, assim como grande quantidade de chicha, prosseguindo os festejos durante os dias seguintes.

Hoje, o Inti Raymi, como não poderia ser de outra forma, tem um aspecto distinto, de espetáculo dirigido tanto aos turistas quanto aos próprios cuzquenhos, para quem é um ponto de referência de sua consciência nativa. Por este último aspecto, desperta tanto entusiasmo e participação maciça. A representação, da qual participam milhares de pessoas, começa em frente ao Coricancha, de onde o “Inca” realiza uma invocação ao Sol. Os espectadores, entretanto, esperam na esplanada de Sacsayhuamán, até que o cortejo se apresente.

Com quase sessenta anos de existência, o novo Inti Raymi é agora parte inseparável da vida de Cuzco. Não só é a principal cerimônia do mês na cidade, mas também sua fama transcendeu as fronteiras peruanas e também, dentro delas, tornou-se um exemplo para outros festivais de identidade nacional.

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ABRIL: Florada das cerejeiras em Kyoto (Japão)

fevereiro 3, 2012 in Quando Viajar, Todos os Posts

por Natália Viana.

Sakura em Kyoto

No Japão, durante a primavera, ocorre uma das manifestações mais singelas da natureza, a florada das cerejeiras (ou Sakura). Espetáculo de beleza efêmera – visto que essas delicadas flores vivem apenas alguns dias – na cultura japonesa representa uma metáfora para a vida.

Talvez, o que melhor represente a fugacidade da Sakura seja o Haikai, famosa composição poética oriental formada somente por três versos:

Haikai de Ôshima Ryôta

Este famoso Haikai descreve a curta duração da florada da cerejeira, do desabrochar até a queda das flores. Pode ser também interpretado como uma parábola da existência humana. Face à morte, o homem notará que a mais longa das vidas parecerá ter sido tão fugaz quanto as flores de cerejeira.

A “turnê” deste espetáculo natural percorre todo o Japão, de sul a norte, sendo sediado por cada região por apenas alguns dias, amplamente celebrados. Um dos destinos mais famosos para quem quer vivenciá-lo é a cidade de Kyoto, no centro-sul do Japão, onde ele ocorre logo nos primeiros dias de abril.

Mapa de previsão da florada da cerejeira 2011 - Weather News

É difícil prever a data exata do florescer das cerejeiras. Por isso, a previsão oficial normalmente só é comunicada cerca de dez dias antes do evento. Nesse mapa, do Weather News, em que há a previsão que foi feita para o ano passado, é possível observar que a época de Sakura começa no sul do país e segue rumo ao norte com o passar dos dias.

O costume japonês de contemplar as cerejeiras em flor se chama Hanami. O Hanami pode incluir desde recitação de poemas até piqueniques sob as cerejeiras, de dia ou à noite, quando as árvores em muitos lugares ganham a iluminação das tradicionais lanternas de papel. O Hanami à noite é chamado de Yozakura (Sakura à noite) e é mais popular quando as flores já estão caindo, conferindo visões especiais.

Hanami em Kyoto

Yozakura em Kyoto

Em Kyoto também há diversos eventos culturais em função da ocasião, como o festival de dança de primavera das gueixas (Geiko) e de suas aprendizes (Maiko). As dançarinas se caracterizam com as belas vestes, maquiagem e peteados típicos e esbanjam a graciosidade e a elegância que podem ser associadas à cidade de Kyoto. Em algumas casas de Geishas é possível adquirir bilhetes que permitem tomar uma xícara de chá servida na famosa cerimônia do chá que precede a apresentação.

Spring Geiko (Geisha) Dance Performance (fonte: Kyoto Travel Guide)

A flor de cerejeira, além de perfumada, tem um delicioso sabor. Por isso, em época de Sakura diversos produtos feitos à base da flor aparecem nas lojas do país, de quitutes típicos à edições especiais de produtos internacionais:

Produtos de Sakura

Veja esta matéria que saiu no Jornal Hoje, da Rede Globo, em abril de 2010:

Presenciar a florada das cerejeiras é entrar em contato com a essência da alma do povo japonês e suas tradições seculares. Não perca a oportunidade de vivenciar o país em seu cenário mais poético: a primavera.

Separamos em nosso site um pacote de viagens especial para esta ocasião, com acompanhamento de guia brasileiro. Confira em:

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Estive lá – Patagônia Argentina Andina: Parque Nacional Los Glaciares

janeiro 17, 2012 in Estive Lá, Todos os Posts

Por Natália Viana.

Parque Nacional Los Glaciares: Declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1981, o segundo maior parque nacional da Argentina, com seus 13 mil km² de extensão dominados por centenas de geleiras e alguns dos mais belos cumes andinos, é dividido em três zonas: a zona central, localizada entre os lagos Argentino e Viedma, é onde está o maior glacial da América do Sul, o Glaciar Upsala; a zona sul, próxima ao Lago Argentino, é onde se encontra o Glaciar Perito Moreno, a mais famosa e espetacular geleira do continente; e a zona norte do Parque corresponde à região do Cerro Fitz Roy, muito procurada pelos amantes de trekking e escalada. As zonas sul e central do Parque têm como cidade-base El Calafate e, a zona sul, El Chaltén Read the rest of this entry →

Descubra – Entenda a Patagônia

janeiro 13, 2012 in Descubra, Todos os Posts

Por Natália Viana.

“É pouco provável imaginar algo mais belo que estes lugares.” – Foram as palavras do famoso naturalista inglês Charles Darwin, em 1833, ao visitar a Patagônia.

A Patagônia é uma jóia localizada no sul da América do Sul, que abrange quase um terço dos territórios do Chile e da Argentina. São cerca de 800 mil quilômetros quadrados de território rico em belezas naturais pouco exploradas, de atmosfera inóspita e misteriosa.

Devido à sua enorme extensão, muitas pessoas ficam em dúvida sobre “onde começa e onde termina a Patagônia”. Para contribuir com a confusão, muitas agências de viagem ignoram a geografia e denominam como Patagônia apenas sua porção mais austral, onde ficam os famosos ‘glaciares’. Assim, muitos desconhecem, por exemplo, que a Região dos Lagos também faz parte da Patagônia.

Por isso, vim convidá-los a ‘descobrir’ a Patagônia, a entender suas divisões, subdivisões, contrastes e particularidades. Read the rest of this entry →

Estive Lá – Atacama: Difícil imaginar que um deserto pode ser colorido? Pois acredite, ele é!

janeiro 4, 2012 in Estive Lá, Todos os Posts

Por Claudine Blanco

Eu estive no Deserto do Atacama – no Norte do Chile – em fevereiro, mês de verão, com mais três amigas, em mais uma de nossas aventuras mundo a fora. É um destino bom para ir o ano todo e é uma viagem que dá para fazer em poucos dias (no mínimo 4), mas que com certeza vai pedir um replay, pois o Atacama oferece uma infinidade de opções de passeios. Então, se você quiser ficar por lá dez dias, durante todo esse período terá coisas diferentes e interessantes para fazer.

Tinha idéia de que seria uma viagem maravilhosa, pois já havia recebido muitos feedbacks de clientes que voltaram encantados, mas confesso que fui completamente surpreendida. O deserto mostrou-se infinitamente mais belo e colorido do que eu imaginara.

Logo que chegamos ao aeroporto de Calama, nosso guia estava à espera para iniciarmos o trajeto até San Pedro de Atacama (aproximadamente 1 hora de viagem – 100km), nossa cidadela-base para conhecer o Deserto. Como teríamos apenas cinco dias de viagem, chegando a San Pedro, passamos no nosso hotel, o Explora, apenas para deixar as malas e já saímos para nosso primeiro passeio, um city tour guiado.

Os passeios no Atacama dividem-se em duas categorias, half day (meio dia) e full day (dia todo). Como teríamos pouco tempo de viagem, nos dias em que optamos por fazer passeios half day, escolhemos dois por dia, para poder aproveitar ao máximo.

Como alguns passeios vão para locais muito altos, optamos por começar com alguns mais tranquilos, sem bruscas variações de altitude, para podermos nos ambientar e não sofrer o “soroche” (mal da altitude).

 

Ainda no primeiro dia, após o city tour, seguimos para o Salar de Atacama…

…onde está a Reserva Nacional los Flamencos, área protegida que apresenta enormes blocos de sal e lagoas salgadas repletas de flamingos – aliás, lá é onde eles se encontram em maior concentração no Deserto. (leia aqui post sobre a melhor época para avistar os flamingos)

Na sequência, contemplamos indiscutivelmente um dos mais lindos pores-do-sol que eu já presenciei. Diante daquela paisagem deslumbrante, as cores foram surgindo à minha frente, do mais tenro lilás até chegar ao laranja-avermelhado do sol, sempre em contraste com aquele céu azul imenso e tão próximo de nós. Pensei: “Nossa… Essa viagem vai ser incrível!”

 

No dia seguinte, pela manhã, fomos conhecer o Valle de la Muerte:

Pela manhã saímos com a van do hotel até a parte mais alta do vale, onde desembarcamos e começamos nossa caminhada pelo platô. Nem preciso dizer que a paisagem era de tirar o fôlego: em cima daquele abismo o céu parecia mais próximo ainda e era admirável ver aquelas formações que a natureza se encarregou de providenciar. Quando chegamos ao final do platô, já me preparava para voltar pelo mesmo caminho, quando nosso guia apontou para baixo e comunicou – Desceremos por aqui! – Olhei para abaixo e a altura era de mais ou menos uns 10 andares. Pensei, “vamos lá…”, torcendo para não rolar pelas dunas de areia.

À tarde, optamos por fazer um passeio a cavalo, que passava próximo ao centro da pequena cidade. Confesso que cavalos não são o meu forte… Mas a paisagem compensou o sacrifício!

 

À noite…

…uma das coisas mais legais que podemos fazer no Deserto do Atacama é observar o céu, considerado um dos mais límpidos do mundo. Na cidade são oferecidas opções de tours de observação astronômica, mas no hotel Explora dispomos de seu observatório próprio, exclusivo para os hóspedes. É possível observar crateras na Lua, os anéis de Saturno, acúmulo de estrelas, galáxias e outras maravilhas do universo.

 

No terceiro dia, conhecemos o Salar de Tara:

Esse é um passeio full day, que chega a uma altitude aproximada de 4.700m. A primeira parte do caminho é toda asfaltada e com paisagens belíssimas. São impressionantes os tons de areia que, mais uma vez contrastando com o céu azul, colorem esse deserto, com a imagem de um imponente vulcão ao fundo.

Um fato interessante sobre San Pedro de Atacama é que de todos os lugares que você estiver pode avistar o Licancabur, um vulcão considerado semi-ativo, que tem quase 6.000m de altura, com o pico nevado, onde os amantes de trekking podem subir (são 2 dias de caminhada).

Chegamos à parte de terra e passamos por mais paisagens deslumbrantes, até chegar à beira de uma lagoa bem rasa, tomada por tons de verde. Enquanto avistávamos alguns flamingos e vicunhas, nosso guia nos serviu um dos mais charmosos almoços que já tive – regado, obviamente, a um excelente vinho chileno.

 

No quarto dia, pela manhã, optamos por fazer um mini trekking em Guatin

…uma trilha em meio a cactos gigantes, que margeiam um pequeno riacho. É considerada de nível médio, porque tem alguns trechos que são um pouco complicados de passar, tendo inclusive que tirar os sapatos para realizar algumas partes da travessia por água.

 

 

 

Na volta, passamos pelas Termas de Puritama:

Lá pudemos nos banhar nas tão famosas “águas calientes”, com direito a um piquenique na hora do almoço.

À tarde, dando continuidade a nossa diversão aquática, só que dessa vez em “águas não tão calientes”, fomos conhecer a Laguna Cejar, que é tão salgada que não se pode afundar nela, como no mar morto. Parecíamos crianças!

Nessa noite, optamos por jantar na cidade e conhecer o tão famoso Café Adobe, parada obrigatória para quem visita San Pedro de Atacama.

 

No último dia não poderíamos deixar de conhecer os Geisers del Tatio:

Esse é o mais distante da cidade e o mais cansativo, pois temos que sair de madrugada para chegar lá antes do nascer do sol, para podermos ter a melhor vista dos jatos d’água que atingem maior altura neste horário.

Quando chegamos lá tinha acabado de parar de nevar. Imagine o que não era aquela paisagem, toda coberta de neve, com aquelas nuvens de vapor em meio a pequenas piscinas que esguichavam aquele jato quente. Difícil descrever a particularidade do lugar e o frio que eu sentia. Mais difícil ainda acreditar, é que houve pessoas que foram capazes de tirar a roupa e entrar em umas das piscinas termais permitidas para banho.

Uma coisa bem engraçada é que enquanto nos dirigíamos a umas das várias passarelas que podemos transitar pelos gêiseres, vejo nosso guia colocar algumas garrafas dentro de uma dessas piscinas. Na volta ele retirou essas garrafas e, enquanto eu tentava me aquecer, torcendo para não congelar a ponta dos meus dedos, ele as abriu e nos serviu um chocolate quente (aquecido pelas águas termais!), que eu quase chorei de alegria ao tomar.

 

De volta à cidade…

…no caminho paramos para conhecer um povoado chamado Machuca, parada obrigatória para quem tem interesse em conhecer os hábitos e costumes das 40 famílias que vivem ali.

De volta ao hotel, já começou a bater aquela tristeza, pois a viagem estava chegando ao fim e ainda havia tantos passeios a fazer… Então estava decido, eu iria voltar em breve!

Deserto do Atacama é o tipo do lugar que nos surpreende e nos encanta. Aquele que quando agente volta para casa quer contar para todos os amigos, mostrar as milhares de fotos e convencer todo mundo a mudar o próximo destino de férias, porque é simplesmente extraordinário.

 

Para informações sobre pacotes de viagem para o Atacama acesse:

http://www.viabrturismo.com.br/pacotesinternacionais/chile/desertodoatacama.shtml